O Brasil contava com mais de 422 mil empresas de Tecnologia da Informação ao final de 2021, segundo dados da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), um salto de 55% em relação ao ano de 2018. É sabido que o mercado foi impulsionado, entre outros fatores, pela pandemia, já que as adaptações a um novo modo de vida demandaram rapidamente soluções e equipamentos.
Mesmo passados, até aqui, os piores momentos da crise sanitária, o ritmo do mercado em 2022 deve manter-se positivo com alta de 8,2% frente ao ano passado, segundo o IDC, organização de inteligência de mercado. O crescimento será amparado pela necessidade de aumento de produtividade e controle de custos por parte das empresas, além de aprimoramento de customer experience e desenvolvimento de produtos e serviços.
Setor em alta, empregos em alta. A busca por mão de obra especializada em diversos nichos da TI deve gerar 797 mil empregos até 2025, segundo estudo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).
Entenda quais são os fatores que deverão impulsionar e também desafiar os negócios de TI ao longo do ano, segundo estudo do IDC.
1. Demanda por componentes, como semicondutores, maior que a oferta: As empresas continuarão impactadas pela falta de semicondutores para notebooks, desktops e outros. Ainda assim, o setor de dispositivos deve movimentar US$ 22,9 bilhões.
2. Crescimento dos ambientes híbridos, que envolvem Nuvem e TI tradicional: O trabalho flexível deve demandar maior carga na Nuvem e mais investimentos em segurança por parte das empresas.
3. Cybersecurity em alta: Por ser um mercado bastante complexo, a tendência é que companhias busquem serviços especializados de cibersegurança.
4. Analytics, Inteligência Artificial, Machine Learning e Data Management: Essas tecnologias são prioridade para mais de 47% das empresas no país. Big Data e Analytics devem movimentar US$ 2,9 bilhões no ano, enquanto IA e ML devem girar US$ 508 milhões.
5. Implantação do 5G Stand Alone: O 5G que não depende do 4G para funcionar deve impulsionar negócios em 2022 e o Brasil sai na frente entre os países da América Latina tanto em oferta de 5G quanto na conversão de receita. Até o ano de 2025, segundo o IDC, a tecnologia vai movimentar por aqui cerca de US$ 25,5 bilhões.
6. NaaS – Network as a Service: Os ambientes de rede cada vez maiores impulsionam a busca por NaaS, pacote de assinatura de rede que, geralmente, entrega hardware, software e licenças integrados. A busca por esse serviço é uma maneira de melhorar a gestão e a capacidade das redes das companhias.
7. DaaS – Device as a Service: Ofertas mais abrangentes de dispositivos como serviço ganham espaço no Brasil. A possibilidade de alugar máquinas do parque tecnológico de uma empresa – impressoras, notebooks, PCs, aparelhos celulares e outros – em vez de comprá-las resulta em melhor qualidade de equipamentos. Segundo o gerente de pesquisa de consumer devices do IDC, Reinaldo Sakis, “o aumento dos preços dos dispositivos é fator que impacta diretamente na maior demanda por DaaS, já que esta é uma forma das empresas diluírem seus investimentos com equipamentos em vários anos”. Para Caio Safi, gerente comercial & marketing da LowCost, uma das líderes no Brasil em locação de equipamentos, os empresários brasileiros têm notado, cada vez mais, os benefícios financeiros e operacionais dessa modalidade. “O aluguel de dispositivos proporciona maior controle de gastos, flexibilidade, aumento de produtividade, manutenção em dia e máquinas modernas”.
8. Internet das Coisas (IoT): O aumento da adoção de IoT no Brasil este ano virá da necessidade de melhorar a qualidade, a eficiência e a experiência do consumidor de um produto ou serviço pelas corporações. Melhorias em segurança e ganho de receita também são fortes apelos da tecnologia.
9. Abordagem consultiva especializada: Os serviços de TI devem ultrapassar a receita de R$ 44 bilhões no Brasil este ano, de acordo com o IDC. Segundo a empresa de inteligência de mercado, os provedores de serviços de TI estão cada vez mais consultivos e capazes de conectar seus conhecimentos técnicos às necessidades dos negócios de seus clientes, por isso ganharão mercado.
10. Dispositivos vestíveis em alta: O mercado de wearables – tecnologias que podemos vestir ou usar como acessórios – será aquecido em 2022, mesmo diante do desafio da falta de componentes.