O que já é realidade no metaverso

Confira o que grandes marcas estão fazendo para lucrar nesse ambiente virtual

A realidade reproduzida em um ambiente virtual. Essa é a ideia do metaverso, um espaço 3D, online e coletivo de interação. Para que a interação aconteça e seja possível acessar esse universo, é preciso usar dispositivos específicos, como óculos de realidade virtual.

No metaverso o objetivo é que o usuário se sinta (e esteja) dentro do conteúdo, imerso na experiência virtual e seja dono dos seus ativos. Por meio de um avatar, é possível conversar com outras pessoas, jogar, comprar itens virtuais, construir, participar de eventos, shows, reuniões, entre outros. As empresas podem criar versões virtuais de suas lojas e produtos, vender itens digitais e fazer anúncios.

Pelo menos por enquanto, o investimento para as organizações que querem proporcionar esse tipo de vivência aos usuários (e lucrar com isso) é alto. Contudo, algumas marcas já estão garantindo seu espaço no metaverso.

As plataformas do metaverso

Antes de entrarmos em exemplos práticos, vale trazer uma contextualização. O metaverso é um espaço praticamente ilimitado, onde vários ambientes podem ser construídos. É como se fosse um grande jogo: um universo vazio, disponível para a criação de novos e diferentes “planetas”, com propostas e objetivos diversos. Como se fosse uma evolução física da internet.

Importante destacar que o dinheiro que movimenta o metaverso são as criptomoedas, sendo que cada plataforma pode escolher qual das já existentes vai adotar ou se vai utilizar uma criptomoeda específica.

Um exemplo  de metaverso é a Descentraland. É uma plataforma descentralizada, dividida em 90 mil unidades de land (terrenos) em forma de NFT (token não fungível). Os usuários podem desenvolver, socializar e monetizar seus conteúdos e aplicações utilizando a criptomoeda Mana, como comprar e vender terrenos, por exemplo.

Outro exemplo é o Sandbox, na qual usuários podem comprar, vender e negociar ativos utilizando a criptomoeda Sand. Da mesma forma que a Descentraland, os ativos são negociados como NFTs e podem representar terrenos, carros, artes, entre outros. 

De acordo com uma pesquisa da GlobalData, o mercado do metaverso atingiu, em 2021, o valor de US$ 22,7 bilhões e deve chegar a US$ 996 bilhões em 2030. 

Quem já está lá

Muitas empresas já adquiriram suas sedes virtuais no metaverso ou já apareceram por lá realizando eventos e ações de divulgação. Também, alguns famosos já estão comprando seus espaços ou fazendo apresentações nesse ambiente virtual 3D.

  1. O rapper Snoop Dogg já garantiu alguns terrenos, criando o Snoopverse no Metaverso do Sandbox. O cantor é dono da gravadora Death Row e pretende torná-la um selo do Metaverso para realização de eventos de música e lançamento de artistas. A notícia da compra dos espaços pelo artista despertou o interesse de usuários pelos terrenos vizinhos: um deles pagou 71 mil SAND (criptomoeda do jogo), equivalente a R$ 2,5 milhões, por um lote ao lado do Snoopverse.
  1. O Fashion Week já foi realizado no metaverso. A primeira edição contou com marcas como Dolce&Gabanna e Hugo Boss e trouxe os principais lançamentos de moda do mundo, em uma mistura de real com virtual. O sucesso foi tamanho que a edição 2023 já está sendo planejada e acontecerá em março. Serão várias novidades, mas a principal é que os wearables poderão ser usados em outros metaversos – na primeira edição, as roupas digitais só poderiam ser usadas em Descentraland, espaço virtual onde o evento foi realizado.
  1. No Horizon Workrooms, da Meta, a ideia é que as pessoas se reúnam para trabalhar. Seria uma espécie de “adeus” às plataformas de videochamada. Usando o headset de realidade virtual Oculus Quest 2 (desenvolvido pela Meta), os participantes poderão imitar a socialização que teriam na vida real por meio de seus avatares. Quem utilizar o acessório extra, um controle para as mãos, poderá ter seus movimentos dos dedos e mãos mapeados e reproduzidos.
  1. A Roblox Corporation, que já reúne mais de 70 milhões de usuários mensalmente através do jogo Roblox, também está investindo no seu próprio Metaverso. Lançou em setembro o recurso Roblox Listening Party, onde artistas poderão lançar seus álbuns. A cantora Poppy lançou o Flux enquanto seus fãs decoravam suas casas, dançavam ou assistiam às aulas na Robloxian High School. A Gucci também está no Roblox com uma espécie de cidade, onde jogadores podem comprar itens da marca para seus avatares.   
  1. A Nike lançou em 2022 uma coleção de NFTs de tênis personalizáveis por meio da RTFKT (Artfact Studios) – empresa de moda digital especializada em customizar tênis para gamers -, comprada pela marca. Na Nikeland, que fica dentro do espaço 3D do universo do jogo Roblox, esporte e diversão são um estilo de vida. A marca Nike e o slogan Just do It já estão sendo patenteados para serem aplicados em bens virtuais para download. 
  1. A Renner lançou sua coleção digital de roupas primavera-verão 2022/2023, em parceria com a Housi, startup de moradia por assinatura que possui um prédio em Descentraland. Os usuários participantes experimentaram as versões digitais das roupas e poderão vestir seus avatares com as peças. O evento aconteceu simultaneamente no metaverso e no mundo físico e faz parte da estratégia “phygital”, ou seja, física e digital, das empresas.

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