Entendendo as criptomoedas: o que são e como funciona esse mercado

Tudo começou em 2008 e até hoje essa é uma história cheia de mistérios. Foi quando alguém, que se identificou como Satoshi Nakamoto – ninguém sabe quem ele ou ela é até hoje -, teria criado “um novo sistema de dinheiro eletrônico”, o Bitcoin, que foi a primeira criptomoeda a existir. O BTC (sigla para Bitcoin) nasceu em outubro de 2008 e circulou pela primeira vez em 3 de janeiro de 2009.

Hoje existem outras criptomoedas, mas o Bitcoin é a mais representativa no mundo, sendo inclusive a moeda legal em países como El Salvador e República Centro-Africana.

O que é

As criptomoedas são moedas digitais, ou seja, não existem fisicamente. Atualmente, elas podem ser usadas como meios de pagamento e também como reserva de valor. Conheça outras características:

  • São descentralizadas, pois não existe um órgão ou governo responsável por controlar as operações. Quem faz isso são os próprios usuários;
  • Usam a tecnologia blockchain (corrente de blocos), um sistema que permite o envio e o recebimento de informação pela internet e que funciona como um grande banco de dados em que pedaços de código com as informações se conectam umas às outras como “blocos”;
  • Possuem sistemas de criptografia, que são camadas de segurança, possibilitando transações seguras. É dessa tecnologia que vem o nome criptomoeda.

Quanto vale

Primeiro é importante saber que o Bitcoin tem oferta finita. Apenas 21 milhões de unidades podem ser mineradas (ou seja, criadas) até 2140, o que torna o BTC escasso.

Até o final de maio de 2022, pouco mais de 19 milhões de Bitcoins já haviam sido emitidos. Para se ter uma ideia, o valor de um Bitcoin atualmente é de aproximadamente R$ 150 mil reais. No final de 2021, valia cerca de R$ 260 mil. Em 2020, o preço médio ficou em R$ 58 mil, o que demonstra que investir nesse mercado é arriscado, já que se trata de um ambiente muito volátil. 

Atualmente, o mercado de ativos digitais já atingiu mais de US$ 3 trilhões de capitalização de mercado, de acordo com o popular site de rastreamento de moedas CoinGecko. Para se ter uma ideia, a capitalização total de mercado de todo ouro acima do solo é estimada em US$ 11,54 trilhões, de acordo com a Infinite Market Cap (8MarketCap, que classifica os principais ativos do mercado mundial).

No mundo, o valor em transações diárias com criptomoedas é de aproximadamente US$ 125 bilhões, com mais de 200 milhões de pessoas envolvidas.

Tipos de Criptomoeda

 O mercado de ativos digitais inclui principalmente criptomoedas (o Bitcoin e outras Altcoins, que vieram depois do BTC), mas também existem outros tipos, como stablecoins e tokens não-fungíveis (NFTs), sendo que todos esses utilizam a tecnologia blockchain. Vamos conhecer um pouco melhor cada uma delas?

Segundo a consultoria de mercado e consumidores Statista, existem atualmente mais de 10 mil tipos de criptomoedas (BTC + Altcoins), mas cerca de 20 delas dominam 90% do mercado.

Além do “dinheiro digital”, temos também as stablecoins, que são lastreadas por moedas fiduciárias (dólares, euros), commodities (o ouro é o mais comum) ou títulos do tesouro. Ou seja, para emitir uma unidade de stablecoin lastreada em dólar, é necessário ter US$ 1 na conta bancária. As maiores stablecoins atualmente são o Tether e a USD Coin.

Existem ainda os NFTs, tokens não fungíveis, que também utilizam a mesma tecnologia de blockchain. Ser “não fungível” significa que é único e insubstituível, como uma pintura, um quadro ou a letra de uma música, cujo valor é subjetivo.

Embora existam desde 2014, foi em 2021 que os NFTs ganharam mais notoriedade. O volume de negócios saiu de US$ 106 milhões em 2020 para US$ 44,2 bilhões em 2021.

Além dessas, existem ainda outros tipos de ativos digitais que nasceram a partir e utilizam a tecnologia blockchain, como os fan Tokens, criados por clubes de futebol, e os tokens de créditos de carbono, usados para compensação de gases de efeito estufa.

Pessoas e empresas que estão nesse mercado

O jogador de futebol Neymar pagou R$ 6 milhões por um NFT da coleção Bored Ape Yacht Club (que apresenta fotos de perfil de macacos de desenho animado que são gerados proceduralmente por um algoritmo), comprada por outros famosos como Justin Bieber e Jimmy Fallon.

O Flamengo quebrou um recorde mundial ao vender um milhão de fan tokens em 12 minutos. Já o São Paulo é o primeiro time do Brasil a aceitar criptomoedas como pagamento de ingressos.

A NuBank também está expandindo seus horizontes e vai oferecer a compra e venda de criptomoedas para todos os seus clientes ainda em 2022. Além disso, por meio das reservas da Nu Holding, 1% de seu patrimônio foi alocado em bitcoin em maio de 2022.

Na modalidade de compras online, algumas empresas já estão adotando as moedas digitais como pagamento. A maioria dos serviços encaminha o usuário para um intermediário, que recebe as criptomoedas e envia o dinheiro ao vendedor, ou seja, ainda não é uma transação direta. Mas, se você quiser gastar suas criptomoedas, já pode usá-las no Carrefour, McDonald’s, iFood, Amazon, Americanas, Netshoes, Renner, Netflix, Outback, Cacau Show e Pizza Hut, entre outros.

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