Facebook e Google não dominam mais

No mercado publicitário digital, fortes players estão aumentando suas participações e reduzindo a fatia das duas gigantes. Confira quem são eles. 

Pela primeira vez, desde 2014, as gigantes Meta, dona do Facebook, e Alphabet, proprietária do Google, não terão participação majoritária no mercado publicitário digital dos Estados Unidos. Juntas, fecharam 2022 com 48,4% das receitas publicitárias americanas, de acordo com um levantamento da Insider Intelligence. 

A previsão é que até 2024 a participação das duas caia ainda mais, chegando a 43,9%. No mundo, as organizações ficaram com 49,5% do mercado em 2022, segundo o mesmo levantamento.

A queda histórica estaria associada ao rápido crescimento de fortes concorrentes, como Amazon, Apple e Microsoft, além de outros entrantes em e-commerces e mídias sociais, como o TikTok, e ainda os influenciadores e streamers.

No ano que vem tem mais

O impacto deve ser ainda maior em 2023. A Netflix anunciou em novembro do ano passado o lançamento de um plano de assinatura mais barato, com publicidade. Indo na mesma linha, a Disney+ entregou ao mercado americano essa mesma opção em dezembro. Ambas planejam fortalecer suas estratégias na busca de receitas publicitárias no universo digital que compensem a queda no número de assinantes. 

O novo plano da Netflix já chegou ao Brasil. A plataforma pretende aumentar seus ganhos totais em até 30% em 2023, incluindo todas as fontes de receita, ultrapassando R$ 9 bilhões de faturamento no país.

Já o pacote da Disney+ com publicidade estará disponível fora dos Estados Unidos ao longo de 2023. Só com o anúncio do novo plano, a Disney+ já viu suas ações valorizarem 7,1%. Espera ainda um aumento na sua base de assinantes, estimando chegar a 245 milhões até o fim de 2024.

No streaming, Netflix e Disney+ são as líderes mundiais em número de assinantes, cada uma delas com pouco mais de 220 milhões de clientes.

O valor dos dados dos usuários

Um dos motivos que tem permitido cada vez mais às variadas plataformas entregarem conteúdo publicitário no digital e terem bons resultados com isso, registrando crescimento em suas receitas, é o rastreamento dos dados dos usuários. 

Todas as informações que entregamos, voluntária e involuntariamente, e que são captadas por grandes players em suas próprias plataformas, facilitam as entregas dos anunciantes. O efeito disso é sentido na precisão e no retorno dos investimentos, já que as empresas conhecem, às vezes melhor do que nós mesmos, nossas preferências, necessidades e desejos. 

A Apple usa a riqueza de informações oferecidas pelos próprios clientes e vem aumentando suas políticas de privacidade, impedindo que outras gigantes façam publicidade direcionada com tanta eficiência quanto ela própria.

Outra responsável pela queda do alcance de Meta e Alphabet é a Amazon, que viu seu faturamento com receitas publicitárias disparar de US$ 1 bi em 2015 para US$ 38 bi em 2022. A gigante também usa os dados dos usuários para fornecer mais eficiência e retorno aos anúncios em sua plataforma.

Entre os movimentos feitos pela Microsoft para conquistar cada vez mais o mercado da publicidade digital está a aquisição do LinkedIn Ads, um importante player do mercado B2B. Sem contar os investimentos em seu mecanismo de busca, o Bing, e a compra de outras plataformas de publicidade. 

O poder do TikTok

Um relatório da empresa de consultoria Omdia, divulgado pelo MediaPost, estima que a receita global de publicidade do TikTok aumentará de US$ 189 bilhões em 2022 para US$ 331 bilhões em 2027, ultrapassando Meta e YouTube juntas.

A plataforma chinesa se popularizou ao atingir o público mais jovem com conteúdos atraentes. Vídeos curtos e virais alcançam especialmente os Millennials e a Geração Z, que ficam cada vez mais tempo nos smartphones

Isso tem garantido ao TikTok um avanço na fatia do mercado publicitário digital, com um processo eficiente ao veicular seus anúncios. Além disso, o TikTok possui seu próprio pixel, que pode ser instalado em sites para fins de otimização.

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